Existem raças humanas?

Há séculos pesquisadores classificam humanos em raças. Essa classificação está por trás do racismo científico e tem imenso impacto em nossas vidas. Neste post, o primeiro de uma série tratando de raças humanas, examino o que geneticistas têm a dizer sobre a existência de raças em nossa espécie.

A variabilidade física de humanos salta aos olhos. Pessoas diferem umas das outras na estatura, no formato do rosto, na cor da pele, na cor do cabelo, para citar apenas alguns traços. Parte dessa variação tem uma distribuição geográfica marcante: a pele escura é mais comum entre Africanos, e inexistente entre os Europeus (excetuando, é claro, aqueles que migraram recentemente). De modo similar, sabemos que a estatura de populações varia muito. Homens bósnios são em média 16 cm mais altos do que os portugueses; entre Africanos, sudaneses são em média 60 cm mais altos do que pigmeus. Há diferenças físicas visíveis entre povos que moram em diferentes lugares.

Essa observação está por trás de uma prática antiga entre observadores da natureza, que é o de classificar os humanos em raças. Carolus Linnaeus (1707-1778), um dos primeiros a propor uma classificação do universo biológico, subdividiu a espécie humana em 4 grupos, com base em sua localização geográfica e cor de pele. Classificações posteriores, como aquela feita pelo importante evolucionista e seguidor de Darwin, Ernst Haeckel (1834-1919), colocavam os humanas de diferentes continentes como ramos distintos na árvore da vida, que teriam evoluído separadamente, levando Haeckel a concluir que a humanidade era constituída por diferentes espécies. Essa ideia foi influente, e muitos anos depois o antropólogo Carleton Coon (1904 – 1981) defendeu uma visão similar, segundo a qual os humanos em diferentes continentes representam o resultado de mudanças evolutivas que aconteceram de modo independente, novamente endossando a ideia de que raças humanas seriam profundamente diferentes.

O processo de alocar humanos em grupos raciais se relaciona de modo estreito com visões socialmente construídas sobre diferenças entre povos. Para Haeckel e outros contemporâneos, as raças diferiam em atributos intelectuais, sustentando afirmações como as de que “Raças inferiores (como os Veddahs e Negros australianos) eram psicologicamente mais próximas de mamíferos (macacos e cachorros) do que ao Europeu Civilizado”, ou que apenas em arianos havia uma “simetria de todas as partes, (…), que denominamos a essência da beleza humana perfeita”. A atribuição de valores e capacidades diferentes às raças era uma visão que se inseria de modo poderoso no contexto social vigente, ajudando a sustentar perspectivas racistas, justificando o tratamento desigual a diferentes povos.

A roupagem científica presente nos argumentos de Haeckel sobre raça tiveram impacto profundo, sustentando o racismo científico. Como discute, por exemplo, o Evolucionista Stephen Jay Gould, essa visão contribuiu de modo importante para o desenvolvimento de ideias nazistas na Alemanha do século 20.

Na nossa cultura a existência de raças humanas também se tornou arraigada, algo evidenciado nas categorias raciais usadas pelo IBGE (pretos, pardos, brancos, amarelos, indígenas) e na formo como falamos de raça na linguagem cotidiana. Há até estudos mostrando que categorias raciais permeiam livros didáticos. Concluo então que a pergunta simples e desafiadora, que precisa ser abordada, é a seguinte: a ciência sustenta classificações raciais para humanos?

Ainda que houvesse estudos morfológicos que identificassem diferenças entre grupos raciais, eles eram frequentemente feitos sem rigor estatístico e com amostras populacionais limitadas. Faltava um estudo rigoroso, capaz de testar a realidade biológica das raças humanas.

Esse estudo viria a ser feito em 1972 por Richard Lewontin, um evolucionista da Universidade de Harvard. O estudo de Lewontin partia da definição de sete grupos raciais, bastante aceitos entre antropólogos: Caucasianos, Negros Africanos, Mongolóides, Aborígenes do Sudeste Asiático, Ameríndios, povos da Oceania, e Aborígenes Australianos. Lewontin se valeu de dados genéticos para indivíduos de cada um desses grupos, e comparou as semelhanças genéticas entre indivíduos que pertenciam a uma mesma raça com aquelas de indivíduos de raças diferentes. Repare que Lewontin não estava aceitando a premissa de que “raças existem”. Sua pergunta era: para grupos raciais tradicionalmente aceitos, há apoio para sua existência vinda de estudos genéticos?

A visão tradicional, segundo a qual raças humanas refletiam grupos profundamente diferentes do ponto de vista biológico, previa que haveria muitas diferenças entre indivíduos de raças diferentes, e poucas entre indivíduos que pertenciam a um mesmo grupo racial. Mas Lewontin encontrou algo muito diferente. Os seus resultados mostraram que dois indivíduos alocados a uma mesma raça eram praticamente tão diferentes uns dos outros quanto indivíduos de raças diferentes. Esse achado está apresentado esquematicamente na figura abaixo.

Figura 1. Dois esquemas sobre como a diversidade genética poderia estar distribuída. O comprimento das linhas verticais é proporcional à quantidade de diferenças entre cada indivíduo, que é representado por um círculo. O esquema da esquerda mostra o padrão segundo o qual indivíduos de uma mesma raça são semelhantes entre si e muito diferentes daqueles de outras raças. O esquema da direita mostra um padrão em que todos os indivíduos são muito diferentes uns dos outros, e há praticamente tanta diferenciação entre indivíduos de raças diferentes quanto entre aqueles da mesma raça. O painel da direita representa o que os estudos de Lewontin e outros encontraram.
Figura 1. Dois esquemas sobre como a diversidade genética poderia estar distribuída. O comprimento das linhas verticais é proporcional à quantidade de diferenças entre cada indivíduo, que é representado por um círculo. O esquema da esquerda mostra o padrão segundo o qual indivíduos de uma mesma raça são semelhantes entre si e muito diferentes daqueles de outras raças. O esquema da direita mostra um padrão em que todos os indivíduos são muito diferentes uns dos outros, e há praticamente tanta diferenciação entre indivíduos de raças diferentes quanto entre aqueles da mesma raça. O painel da direita representa o que os estudos de Lewontin e outros encontraram.

Lewontin quantificou essa observação da seguinte forma: do total da variabilidade genética que existe em nossa espécie, 85% diz respeito a diferenças entre indivíduos de uma mesma raça, e apenas 15% do total da variação resulta de diferenças entre raças humanas. Em outras palavras, indivíduos de raças distintas são apenas sutilmente mais diferentes do que aqueles da mesma raça. A percepção de que cada raça era um grupo homogêneo, e diferente das demais raças, caía por terra.

Lewontin não se esquivou de dar um contexto social e político ao seu achado, concluindo seu artigo com palavras fortes:

Fica agora claro que nossa percepção de grandes diferenças entre raças humanas e subgrupos, em comparação como a variação dentro desses grupos, é de fato uma percepção enviesada (…). A classificação racial humana não possui valor social e é positivamente destrutiva para relações sociais e humanas. Uma vez que agora vemos que essa classificação racial é também desprovida de significado genético ou taxonômico, não há justificativa para sua continuidade”. (Lewontin, 1972)

O trabalho de Lewontin foi feito na alvorada da era de estudos genéticos e, posteriormente, o acesso a dados se expandiu vastamente. Muitos outros estudos revisitaram a abordagem de Lewontin, inclusive trabalhos feitos com dados numa escala inimaginável até recentemente, como através da análise de milhares de indivíduos, com seus genomas completamente sequenciados. Essas novas análises dispunham de muito mais dados do que Lewontin, mas chegaram exatamente à mesma conclusão: as diferenças genéticas entre as raças humanas são muito pequenas, e a maior parte da variação genética em humanos não está entre grupos raciais, mas sim dentro deles.

Esses resultados ficam ainda mais claros quando comparamos as diferenças genéticas entre as raças humanas com aquelas observadas entre grupos de outras espécies de animais. Quando Alan Templeton fez essa análise, ele observou que raças humanas são menos diferentes umas das outras do que raças de impalas, carneiros, coiotes, elefantes, gazelas ou lobos. O que Templeton mostrava era que, do ponto de vista genético, somos uma espécie menos subdividida do que a maior parte dos mamíferos estudados. Isso representa um argumento adicional contra a atribuição de categorias raciais a humanos.

Tendo revisado um pouco da literatura a respeito de diferenças genéticas entre raças humanas, podemos agora fazer uma ponte com a questão que é frequentemente apresentada a geneticistas: afinal de costas, raças humanas existem?

A resposta básica é simples: do ponto de vista genético, raças definidas como grupos geneticamente homogêneos e altamente diferenciados de outros grupos não existem. A variabilidade genética humana simplesmente não é distribuída em escaninhos bem delimitados, como uma visão de raças implica.

Mas restam desafios na discussão sobre raças. Seria ingênuo negar a existência de raças cujos contornos foram definidos socialmente. Em muitos países, o próprio esforço para reverter os prejuízos de muitos anos de políticas racistas consiste em oferecer compensações aos indivíduos que se autoidentificam como pertencendo a uma determinada raça. As políticas de ação afirmativa, quer concordemos com elas ou não, são construídas para reverter uma longa história de diferenças nas oportunidades abertas a grupos racialmente definidos. Negar a existência de raças nesse sentido – não biológico – seria prejudicial ao próprio processo de reverter danos que se acumularam no passado. Biólogos podem refutar a existência genética de raças estanques e diferenciadas, mas esta é apenas uma faceta da existência de raça em nossas sociedades.

Se para geneticistas o conceito de raças definidas biologicamente é obsoleto, cabe perguntar como eles tratam a diversidade que é de fato observada em nossa espécie. Como são delimitados grupos com base em dados genéticos? Como esses grupos diferem de raças propostas no passado? Trataremos desse tema num post futuro, aqui no Darwinianas.

Diogo Meyer (USP)

PARA SABER MAIS

Lewontin, R. (1972). The Apportionment of Human Diversity. Evolutionary Biology, 672: 381–398

Templeton. (2010). Human Races : A Genetic and Evolutionary Perspective. American Anthropologist, 100: 632-650

The 1000 genomes project consortium, Durbin, et al. (2010). A map of human genome variation from population-scale sequencing. Nature, 467: 1061–1073

17 comentários em “Existem raças humanas?”

  1. Que matéria excelente! Esse blog foi indicação de um amigo, e estou impressionado com a qualidade dos posts. Parabéns pelo ótimo trabalho. Serei um leitor assíduo desse âmbito de conhecimento fascinante que fomenta mais ainda a minha formação como biólogo. Abraço!

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    1. Oi Tiago,
      obrigado pelo retorno! Por favor divulgue o blog entre amigos e colegas. Não deixe de nos enviar perguntas sobre os posts, teremos prazer em comentar e responder.
      Um abraço,
      Diogo

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  2. Parabéns pelo artigo esclarecedor, precisamos divulgar essas leituras junto com politicas afirmativas, esse esclarecimento corremos o risco de reforçar a ideia de raça geneticamente inferior.

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  3. Olá Diogo, li em algum site (nao e um site muito confiavel) que há diferenças entre homens brancos e negros como: os homens negros tem estrutura ossea maior que os brancos, sao fisicamente mais fortes que os brancos, tem mais testosterona que os homens brancos e o cerebro e demasiado menor que o de brancos, essas informações tem respaldo cientifico? você sabe de algo sobre? por favor, se puder me esclarecer sobre ficarei grato.
    Obs: é apenas curiosidade, nao tem nada com ideologia, politica, etc.

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    1. Oi Marlon,

      sua pergunta toca em pontos importantes, e nos dá uma oportunidade para revisitar uma questão com a qual nos deparamos repetidamente: existem diferenças entre povos humanos?

      O site que você cita fala da existência de “diferenças entre homens brancos e negros” envolvendo estrutura óssea, hormônios, tamanho de cérebro. A resposta simples é que essas informação está errada. Ser “negro” ou “branco” não gera previsões sobre essas características, pelo simples fato que ser “negro” ou “branco”, é algo definido pela cor de pele, e é possível ter pele escura ou clara associada à mais ampla gama de características ósseas ou hormonais, por exemplo.

      Porém, há um ponto importante para mantermos em mente. Há traços em nossa espécie que de fato são muito diferentes entre regiões do mundo. Um deles é a cor da pele, mais escura na África e mais clara na Europa e Ásia. A estatura também varia, sendo maior em populações no norte da Europa.

      Isso nos lembra que estudar a variação entre povos não é algo que deva ser tabu, pois diferenças entre povos de diferentes regiões do mundo são consequência do processo evolutivo. O problema é que, muitas vezes, movimentos racistas tentaram sequestrar essa noção de que há variabilidade entre regiões do mundo para argumentar que há diferenças em atributos específicos: tamanho do cérebro, a capacidade de aprendizado. Para essas, não há qualquer evidência de que existam diferenças resultantes do processo evolutivo.

      A moral da história é que diferenças entre populações são algo relevante a ser estudado, mas que devemos ter muita cautela na hora em que nos apresentam diferenças entre grupos como um fato “cientificamente comprovado”. Muitas vezes essas diferenças não existem e são apresentadas para sustentar teses racistas.

      Esse tema é tão importante que irei dedicar um posto futuro para ele!

      Um abraço e obrigado pela pergunta,

      Diogo

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  4. Diogo,
    Ótimo artigo. Havia lido a respeito da questão no livro A Grande História da Evolução, de Richard Dawkins, no capítulo intitulado “O Conto do Gafanhoto”.
    Sobre as ações afirmativas, indago, não são elas perpetuadoras do conceito de raça entre seres humanos?
    Eu, pessoalmente, sou contra por força de uma convicção muito simples – não existe justiça na história.
    Além do que, podemos confiar nas estatísticas e critérios definidos pelos órgãos governamentais? Recentemente acompanhei a questão de cotas em concursos públicos e percebi empiricamente que muitos cotistas que se auto declaravam negros eram, ao meu ver, pardos. Indo além, colocando-se um gradiente de tons de pele, como um comprimento de onda, do caucasiano ao núbio (adimitindo-se essa classificação), as pessoas pardas estavam mais próximas do caucasiano que do núbio.
    Muitas ideias amplamente aceitas são racistas, independe do teor de valoração da ideia, a exemplo de afirmar que o Brasil é um país miscigenado. Quando se fala em miscigenação está se falando de raças e isso é racismo independente de que fim se almeja com a afirmação. Pior, valoriza o aspecto tom de pele, justamente o ponto crucial do argumento genético. O tom de pele é uma pequena variabilidade do total de variabilidade genética entre os seres humanos. Dizer que alguém é branco ou negro não diz muita coisa, mas porque as pessoas se identificam dessa forma?
    Pior ainda, afirmar que o Brasil é miscigenado põe um peso negativo implícito nas variações entre tons de pele. Na ilhas britânicas (e em qualquer país da Europa) a tantas ou mais misturas étnicas (outro nome bonito para raça) quanto aqui, mas ninguém afirma que são nações miscinegadas. Ou seja, quando se misturam brancos não há mistura de fato, mas entre negros e brancos sim?
    Parabéns pelo site, não conhecia, mas estou feliz de tê-lo encontrado.

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    1. Oi Rodrigo, obrigado pelo seu interesse e comentários. Você toca em muitos pontos desafiadores, tentarei dar respostas sintéticas para cada um.

      Sobre ações afirmativas, eu estou convencido que elas não reforçam a noção de raças biológicas, uma vez que elas se dirigem e revereter danos históricos às raças socialmente construídas. São esferas diferentes. Negar a compartimentalização racial clássica da antropologia não implica que estórias de vida, associadas a raças socialmente construídas, não sejam uma realidade com a qual poderemos lidar.

      Implementar políticas de ação afirmativa é desafiador e não tenho experiência no tema. Mas posso falar de minha percepção como professor universitário. Além de benefícios aos contemplados pela política, acho que é uma política saudável para a instituição como um todo. A USP hoje é muito mais diversa do que era quando eu fiz a graduação, no final da década de 80. Essa diversidade sensibiliza alunos e professores para um contexto social no qual seu trabalho como professor, técnico, pesquisador, etc, será realizado. Isso é saudável.

      Finalmente, não sei bem a etimologia da palavra “racista”, mas eu exitaria em equacionar discussões sobre o significado de raça com aquelas que partem da premissa de que há raças e usam sua existência para justificar posições que denigrem um ou outro grupo. Eu reservaria “racista” para essa segunda classe de posições.

      Sobre a miscigenação brasileira, acho que ela é objetivamente elevada. Somos o segundo país do mundo que mais recebeu escravos vindos da Africa, temos levas de imigrantes europeus e asiáticos que vieram ao país em número elevados, um conjunto que se reflete no perfil genético do brasileiro. Você está certo em dizer que a mistura, por exemplo, entre poloneses e alemães é também uma instância de miscigenação, com suas particularidades e interesses. Sim, seriam “tipos de miscigenação” qualitativamente diferentes. Um aspecto objetivo para se ter em mente é que a miscigenação que se deu por aqui envolveu povos que foram separados uns dos outros por grandes escalas de tempo (por exemplo, europeus e africanos). Isso torna a miscigenação, em aspectos culturais e genéticos, diferente daquela envolvendo povos geneticamente semelhantes e culturalmente menos divergentes. As duas merecem nosso interesse, mas há diferenças a serem notadas.

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  5. Maravilhoso post, muito bem explicado e fácil compreensão. Precisei fazer um trabalho de biologia com o tema existência de raças humanas e fiz de acordo com esse post. Muito obrigado foi de grande ajuda!

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    1. oi Lisandro, boa pergunta.

      Há duas formas de respondê-la. Primeiro, lembre que populações humanas, do ponto de vista evolutivo, são “jovens”. O tempo de separação entre as populações que habitam diferentes continentes é na ordem de dezenas de milhares (e não centenas de milhares) de anos. Esse tempo relativamente curto diminui a quantidade de diferenças que acumulam.

      Além disso, lembre que nem todas as espécies são diferenciadas ao longo da geografia. Há algumas que, como humanos, não possuem marcante variação entre diferentes regiões (para citar um exemplo, entre muitos possíveis, considere Larus dominicanus, o gaivotão, virtualmente idêntico do ponto de vista genético numa área geográfica compreendendo milhares de quilômetros).

      O que gera as diferenças entre as faixas geográficas dependerá do tempo que as espécies ocupam cada faixa, e o tamanho das populações em cada local. Assim, algumas espécies serão mais diferenciadas e outras menos. Compreender como esses padrões de diferenciação variam entre espécies é em si um tema muito estudado por biólogos.

      A nossa espécie, em função de sua história, é uma em que não há diferenças marcantes entre as pessoas que habitam diferentes regiões.

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