Em 1931, um químico chamado Arthur L. Fox utilizava em seu laboratório um produto químico em pó chamado feniltiocarbamida (abreviado como PTC). Acidentalmente, deixou um pouco do produto escapar enquanto o manipulava. Fox e seu colega, C.R. Noller, ingeriram um pouco do ar contendo PTC. Noller salientou o quão amargo era o pó e Fox ficou surpreso pois, apesar de estar muito mais próximo do produto, não sentiu nenhum gosto. Ambos experimentaram o pó novamente e Noller insistiu que ele era extremamente amargo enquanto Fox reiterava que não sentia nenhum sabor. Intrigado com a diferença, Fox distribuiu cristais de PTC a seus amigos e familiares e perguntou se eles sentiam algum gosto. Algumas pessoas, como Fox, não sentiam gosto algum; outros o descreviam com amargo. Rapidamente, o relato de Fox atraiu atenção de geneticistas que mostraram que a sensibilidade ao PTC tinha um componente genético – as pessoas tinham uma maior probabilidade de sentir o gosto de PTC se outros membros de sua família também o sentiam. Continue Lendo “Tem cheiro (e gosto) de evolução no ar”
Tem cheiro (e gosto) de evolução no ar
Nossas preferências alimentares são fortemente influenciadas pela nossa cultura. Mas, mesmo antes do surgimento de civilizações, homens já escolhiam seus alimentos da mesma forma que os outros animais. A escolha de nossos alimentos depende também de nossos genes, ou melhor, das versões dos genes que carregamos.