Numa entrevista anterior, Carlos Schrago conversou sobre a teoria neutra, segundo a qual a maior parte da mudança evolutiva é consequência da deriva genética, e não de mudanças movidas pela seleção natural.
Nesta continuação, o assunto recai sobre a possibilidade de identificar instâncias em que a seleção natural de fato operou. Schargo argumenta que a teoria neutra, mesmo que em grande medida refutada pela comunidade científica, é valiosa como um “modelo nulo” para testes de seleção. A ideia é que a teoria neutra nos diz o que esperar na ausência da seleção, e, portanto, serve de base para testes que permitem identificar as instâncias em que a seleção está presente.
Originalmente gravada para um curso de biologia evolutiva na Universidade de São Paulo, a entrevista discute temas amplos sobre testes de hipótese, o uso de simulações computacionais, e o papel de abordagens teóricas e de análise de dados em projetos
Diogo Meyer (USP)