Por que devemos compreender evolução? (repost em homenagem ao aniversário de Darwin)

Não compreender a teoria da evolução e suas implicações para o entendimento de nós mesmos e do mundo ao nosso redor é tão grave quanto pensar que a Terra é plana. E pensar sobre isso nos leva ainda além…

A ciência não é somente uma fonte de utensílios que usamos em nosso dia-a-dia ou de curiosidades para acalentar nossas noites sem sono. Ela é parte fundamental do legado cultural da modernidade. Não entender ideias científicas é estar limitado em nossa formação cultural.

Além disso, parte importante das ideias científicas sobre evolução é tão bem estabelecida quanto a constatação de que a Terra é redonda, ou de que o ser humano pisou na Lua. Não compreendê-las é então algo grave, que diz muito sobre as limitações que as pessoas sofreram em sua formação educacional e cultural. Quando essas limitações são decorrentes – como em muitos casos – de carência de oportunidades, elas são, claro, bastante compreensíveis. Mas o que dizer quando a compreensão da evolução – ou das outras ideias citadas acima – é rejeitada por opção das pessoas? Temos aí situação bem mais grave.

À primeira vista, pode parecer que estou argumentando que as pessoas devem necessariamente acreditar na evolução ou terão problemas de formação cultural. Contudo, como vou mostrar com cuidado, não é isso que estou dizendo. Num assunto delicado como este, precisão é um bem do qual não podemos abrir mão. Eu nada disse sobre acreditar ou não em evolução. Eu falei sobre compreender evolução.

Notem que, até mesmo para discordar de uma ideia, até mesmo para rejeitá-la, é fundamental compreendê-la. Sem compreensão, a rejeição é mal motivada, frágil, decorrente talvez de influência de autoridade de outros sobre nosso pensamento, e não de nosso próprio pensamento crítico, um dos bens que deveriam ser mais caros para nós. Permitam-me uma primeira história, que ilustra esse ponto.

Compreensão como requisito para uma conversa produtiva sobre evolução

Há mais de uma década, um episódio num debate com estudantes religiosos no Instituto de Biologia/UFBA me abriu os olhos para a extensão do problema. Um estudante me fez a seguinte pergunta: “Como a evolução pode ser correta se as baleias involuíram?” A pergunta revela uma grande lacuna na compreensão do estudante sobre o que é a evolução, dificultando que ele se posicione claramente sobre o assunto, seja para aceitar, seja para rejeitar evolução. Ele entendia evolução com progresso linear, numa mesma direção predeterminada e preferencial. Contudo, a visão darwinista sobre evolução, dominante há mais de um século na comunidade científica, é de que a evolução não é um processo linear, mas de ramificações (daí a metáfora da árvore evolutiva), e, embora algumas tendências limitadas de progresso unidirecional possam ser encontradas (a encefalização em cordados é um exemplo, sobre o qual vocês podem ler aqui), não há qualquer tendência progressiva generalizada na árvore da vida. Ademais, o retorno dos mamíferos ao mar na ordem dos cetáceos não é involução: se fosse involução, as baleias seriam peixes, e não mamíferos, mas elas amamentam, não têm escamas nem brânquias, ou seja, o que ocorreu não tem nada a ver com voltar a ser o que era antes. Trata-se, antes, de um interessante e belo processo evolutivo, cada vez mais bem compreendido (ver, por exemplo, este artigo de Thewissen e colaboradores, ou esta página de divulgação de nosso conhecimento sobre evolução das baleias). Para citar outro exemplo, endoparasitas frequentemente perdem uma série de caracteres que não cumprem funções importantes em seu modo de vida, e, de novo, nada temos aí de involução. Evolução é simplesmente mudança das características de uma linhagem (espécie) ao longo das gerações e origem de novas espécies a partir de ancestrais comuns. Devemos então falar de evolução dos cetáceos ou de endoparasitas.

O aluno levantou uma pergunta que lhe parecia razoável e que, em seu entendimento, levaria a um argumento contrário à evolução. Trata-se, sem dúvida, de uma questão fascinante que a evolução possa também explicar mudanças em que uma linhagem volta a ter características semelhantes às de seus antepassados. Mas a ideia de que a pergunta colocaria dificuldades para uma explicação evolutiva decorre de uma falta de compreensão ou de uma caricatura do processo evolutivo. Se o aluno soubesse mais sobre evolução, talvez não tivesse argumentado daquela forma.

Isso reforça meu ponto acima. Para criticar evolução, é preciso compreender evolução. Para rejeitar ideias evolutivas, é preciso entendê-las. É fundamental que as pessoas compreendam evolução. Diante de tal compreensão, elas poderão, por exemplo, entender melhor por que fazer o tratamento completo com antibióticos é fundamental para sua própria saúde e para a saúde pública. A compreensão da evolução tem implicações diretas para nossa vida cotidiana, embora isso nem sempre seja reconhecido e mereça ainda pouca atenção no ambiente escolar.

Problemas de uma educação absolutista

Por que, então, há pessoas que se privam de entender evolução, aceitando uma limitação desnecessária em sua própria formação cultural? Aqui, precisamos entender que muitas pessoas são submetidas a uma forma de educação que torna difícil que elas considerem o mundo de outras perspectivas além daquela que ela própria aceita. Esta é uma educação que podemos dizer absolutista, assumindo que há apenas uma forma de entender o mundo, que é absolutamente verdadeira, sendo todas as outras simplesmente indignas de crença. Trata-se, então, de entrar numa cruzada para converter todos à sua própria forma de entender o mundo, uma missão em que tudo está de antemão justificado – inclusive violência em diferentes formas – porque o fim é supostamente nobre. Temos aí algo que vai bem além de entender ou não evolução, algo que diz muito sobre o estado atual do mundo, um caos de intolerância onde a capacidade de escutar o outro com empatia e ser capaz de entender que aquilo em que não acreditamos pode ser digno de crença para outros está desaparecendo.

Eu mencionei um episódio que envolve uma conversa com uma pessoa religiosa, mas isso não implica que todas as pessoas religiosas tenham a mesma posição. Devemos ter cuidado com nossos estereótipos. Há muitas pessoas religiosas que não estão nesse tipo de cruzada e missão, e há cientistas que são missionários num esforço de catequese.

Chegamos então a um ponto central do que quero dizer: educamos pessoas mais tolerantes quando elas são capazes de se colocar na posição dos outros e entender o mundo como eles entendem. Contudo, uma série de processos educativos torna as pessoas incapazes de fazer isso. Para muitas pessoas, é uma ameaça ver o mundo de outra forma. Peço que me permitam mais duas histórias.

A primeira é de uns quinze anos atrás. Eu dava uma palestra na Universidade Estadual de Feira de Santana e defendia que não se ensina biologia sem se falar de evolução, porque foi somente com o pensamento evolutivo que a compreensão dos seres vivos, antes dividida em vários campos, foi unificada numa compreensão única. Como escreveu Foucault em As Palavras e as Coisas, antes da virada do século XVII para o século XIX, não havia vida, mas apenas seres vivos. Não havia, pois, uma ciência da vida, mas estudos sobre seres vivos.

Na discussão, uma professora de biologia comentou, então, como ela poderia ensinar evolução, se evolução era uma ameaça à sua fé. Sua pergunta me fez pensar na importância de repensarmos os fundamentos da própria fé. Eu não tenho qualquer dificuldade de compreender perspectivas sobre o mundo das quais discordo, nas quais não creio, sem que isso abale em nada aquilo em que creio, e, ao fazê-lo, me torno uma pessoa mais rica em termos culturais. Todos deveriam ser capazes de fazer isso. Quando não o são, algo muito grave aconteceu em sua educação, minando a riqueza de sua formação cultural e contribuindo para a intolerância com a diferença, que tem se tornado cada vez mais comum, em todo o mundo, com consequências trágicas.

A outra história é uma das mais belas da minha vida de professor. Eu ensino uma disciplina de história e filosofia da ciência que é obrigatória para bacharelandos em biologia na UFBA e na qual o pensamento evolutivo tem larga presença. Ao terminar um dos semestres da disciplina, um estudante me deu grande alegria ao dizer que chegou à sala de aula preparado para brigar comigo o semestre todo, pelos argumentos evolucionistas que sabia que eu iria usar. Mas, segundo ele me contou, na primeira aula eu havia dito coisas que fizeram sua motivação para o conflito se esvair. Esta era uma aula em que eu discutia pluralidade cultural, destacando os vários modos do ser humano de entender o mundo, o valor de tal diversidade e de uma disposição para compreender variadas formas de pensar. Eu tecia também a distinção entre compreender ideias cientificas e mudar crenças como objetivo do ensino de ciências. Meu argumento era que mudanças de crença dos estudantes não devem ser objetivo do professor, apesar de elas poderem ocorrer, na medida em que compreensão tipicamente leva à crença. Contudo, quando isso não ocorre, há importantes obstáculos decorrentes da visão de mundo das pessoas, e, nestes casos, o professor de ciências deve estar satisfeito com a compreensão como meta. Aquilo em que cremos ou deixamos de crer é, afinal, algo que nos cabe, e não objetivos de processos de formação, em si mesmos. (Maiores detalhes sobre estes argumentos são encontrados em meus escritos acadêmicos, a exemplo de artigo com Eduardo Mortimer (UFMG) de 2007, ou de artigo publicado em 2017, com Frederik Moreira dos Santos (UFRB).

Diante desses e de outros argumentos, aquele estudante me disse que se sentiu convidado a entender evolução, porque o conflito no qual se via se esmaeceu. E, mais, ele me disse que isso foi ótimo, porque enfim pôde entender evolução. Ele seguia não acreditando em evolução, mas considerava que a entendia melhor. Foi um exemplo concreto, diante de meus olhos, de algo sobre o qual havia escrito: que um professor de ciências deve se sentir com o dever cumprido se um estudante chega diante dele e diz que entendeu evolução (ou outro assunto qualquer), embora não acredite nisso. Algo foi ganho em termos educacionais, e não foi pouca coisa: agora o estudante rejeita algo que compreende, do qual não está mais alienado em termos críticos. Ele se tornou mais capaz de indicar razões para aceitar ou mesmo crer em evolução, mas, apreciando tais razões, continuou rejeitando a crença. Agora, se ele não acredita, não é mais porque ele pouco sabe sobre o assunto e acomodou-se na decisão de não acreditar, mas porque ele próprio, detentor de seu inalienável direito de pensar criticamente, tomou uma decisão que é sua, e não uma submissão a alguma autoridade, que lhe tenha dito em que acreditar ou não. Sei que muitos discordarão, mas eu acho isso suficiente como resultado do ensino de ciências, dada minha concepção de ensino e aprendizagem. Isso porque – repetindo-me – não é a mudança de crença, mas compreensão o principal objetivo, em termos cognitivos, do ensino de ciências.

Mas a história continua. Entusiasmado com sua experiência, esse estudante decidiu fazer o mesmo na sua prática como professor de biologia do ensino médio, numa escola confessional. Muito decepcionado, ele me disse, dias depois, que seus estudantes não puderam aceitar o convite para entender evolução, tal como ele havia feito em minhas aulas. Ele tinha consciência de que isso era algo triste, de que eles haviam se tornado incapazes de entender outros modos de pensar, de ver o mundo com os olhos de outros, mesmo que por alguns minutos.

É disso que estou tratando aqui, de uma recusa, infelizmente comum, de compreender ideias que uma pessoa não aceita, mas são dignas de crença por outras pessoas, inclusive por terem fundamentos sólidos, como as ideias científicas. Esta recusa mina a possibilidade de conversa inteligível e fértil entre quem pensa de maneira diferente. Estou falando de intolerância que decorre de falta de racionalidade, no preciso sentido de ser capaz de entender que tudo que se diz está apoiado em razões e, assim, a decisão de aceitar ou não o que se diz deveria decorrer, ao menos em parte, da apreciação de tais razões. De uma dificuldade de entender que aquilo no que eu não acredito, aquilo que eu não aceito, pode ser digno de crença e aceitação por outros. É nesse ponto que uma educação para a racionalidade – no preciso sentido aqui colocado – se encontra com uma educação para a tolerância. É aqui que podemos ver que não compreender evolução é tão sério quanto achar que a Terra é plana. Mas é aqui também que nossa vista se descortina para paisagens mais extensas, nas quais ensinar ciências não é somente ter como meta compreensão de ideias científicas, mas vai além: é poder dar uma contribuição, por pequena que seja, para a educação de pessoas mais críticas, racionais e tolerantes. O mundo agradece. Ele precisa urgentemente de tais pessoas!

Charbel N. El-Hani

Instituto de Biologia/UFBA

PARA SABER MAIS:

Cobern, W. W. (1996). Worldview theory and conceptual change in science education. Science Education 80: 579–610.

Davson-Galle, P. (2004). Understanding: ‘knowledge’, ‘belief’, and ‘understanding’. Science & Education 13: 591–598.

El-Hani, C. N. & Mortimer, E. F. (2007). Multicultural Education, Pragmatism, and the Goals of Science Teaching. Cultural Studies of Science Education 2: 657-687.

Fay, B. (1996). Contemporary philosophy of social science: a multicultural approach. Malden, MA: Blackwell.

Ferreira, T., El-Hani, C. N. & Silva-Filho, W. J. (2016). Knowledge, belief, and science education: a contribution from the epistemology of testimony. Science & Education 25: 775-794.

Moreira-dos-Santos, F. & El-Hani, C. N. Belief, Knowledge and Understanding: How to Deal with the Relations between Different Cultural Perspectives in Classrooms. Science & Education.

Mortimer, E. F. & El-Hani, C. N. (Eds.). (2014). Conceptual profiles: a theory of teaching and learning scientific concepts. Dordrecht: Springer.

Smith, M. U., & Siegel, H. (2004). Knowing, believing, and understanding: what goals for science education? Science & Education 13: 553–582.

11 comentários em “Por que devemos compreender evolução? (repost em homenagem ao aniversário de Darwin)”

  1. já dizia o poeta: “todo ponto de vista é visto a partir de um ponto”. A compreensão antes da aceitação viabiliza a tolerância entre os indivíduos, e quando falamos em evolução e sua complexidade estamos necessariamente propondo o pensamento dinâmico para o qual o tema exige, pois não sendo assim, o indivíduo se torna uma retórica estéreo passível de extremismos. Bela Reflexão Professor!!

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    1. Oi Felipe,
      Que bom que gostou da reflexão. A compreensão mútua é requisito para um diálogo produtivo entre pessoas com visões distintas, o que não implica que valha tudo, ou seja, uma posição relativista. Afinal, há razões a apreciar. Trata-se apenas de que estas são razões plurais, e não únicas. Mas não se trata de que valha toda e qualquer posição, seja porque podem existir posições fundadas em razões algumas, ou posições cujas razões sejam rejeitadas por todos.
      Abs
      Charbel

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  2. Tema muito pertinente e bem explanado! Sou professora de Biologia do ensino médio e este tema sempre foi um problema e a abordagem sempre era feita com muita cautela! Agora me sinto mais segura e confiante, pois sei qual será meu principal objetivo ao abordar o tema!

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    1. Oi Jozilene
      Que contentamento contribuir com sua prática pedagógica. A cautela no tratamento do tema é importante, porque permite de um lado ensinar visando compreensão de evolução, como parte fundamental do legado cultural da modernidade, e de outro manter uma atitude de respeito com a diversidade de ideias dos estudantes em sala de aula, ao mesmo tempo desafiando-os a entender a importância de fundamentar bem suas ideias.

      Abs
      Charbel

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  3. Parabéns, Charbel. Melhor texto do blog até agora. Sensível à natureza humana diante de um tema tão espinhoso e sem nenhum proselitismo. Acredito que muitos de nós sustentam sua sanidade em ideias fixas, como os dogmas religiosos, mesmo diante de tantas evidências científicas contrárias, por ser uma alternativa confortável ao medo e a inconstância do mundo. Líderes religiosos usam habilmente o medo como forma de domínio das massas e um dos papeis do professor deveria ser combater este medo, mas não tenho a menor ideia de como fazê-lo. Acho até que a discussão deveria ser extrapolada para a negação das mudanças climáticas, que também surge de um conflito entre sistemas de crenças (neste caso não em uma divindade, mas no mercado e no crescimento indefinido da economia global). Talvez este seja um caminho menos turbulento e que nos dê algum “insight” sobre como lidar com este assunto.

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    1. Oi Fernando
      Minha posição é evitar esta oposição simples ciência (evidência)-religião, a situação me parece mais complexa do que isso, e as pessoas podem ter razões outras para acreditar numa posição religiosa que não medo apenas…. O fenômeno religioso é complexo e devemos pensá-lo com cuidado.

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  4. Seu artigo, lúcido e coerente, é fundamental em tempos de intolerância. Obrigada por compartilhá-lo na rede, ambiente ainda “inóspito” para acadêmicos.

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    1. Oi Marcia,
      Fico feliz que o diálogo que estejamos iniciando aqui no blog seja percebido em sua busca de entendimento e tolerância mútua. Para haver conversação e argumentação, são princípios fundamentais a empatia e o desejo de entender o outro. Infelizmente, isso tem sido mais raro do que deveria na rede… Cabe a nós todos transformar isso….

      Abs
      Charbel

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  5. Caro Professor Charbel,
    primeiro, quero parabenizá-lo pela excelência do artigo, reflexões riquíssimas com explanações coesas e coerentes. Segundo, eu queria fazer uma colocação: a teoria da evolução biológica é corroborada por mais de 80 anos de estudos em áreas como a paleontologia, geologia, genética e ecologia, sendo assim, um corpo de constatações e evidências. Devido a esse caráter, não seria incorreto aderir atributos à evolução como crença ou descrença? De acordo com Schwitzgebel (2006), crença é o estado psicológico em que um indivíduo detém uma proposição ou premissa para a verdade, logo, a evolução estaria passível à aceitação ou negação e não à crença ou descrença, considerando a natureza do conhecimento científico. Esta convicção é correta?

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    1. Prezado Tiago,
      No meu entendimento, conhecimento é crença com boas razões, ou seja, se alguém consegue formular de modo coerente ao menos uma razão pela qual aceita evolução, temos conhecimento, mas se aceita evolução sem conseguir formular ao menos uma tal razão tem apenas crença em evolução. Esta é a posição de Mike Smith e Harvey Siegel, em artigo que encontra nesse link:

      https://link.springer.com/article/10.1023/B:SCED.0000042848.14208.bf

      Recentemente discuti esse tema em artigo com Frederik Moreira-dos-Santos:
      https://link.springer.com/article/10.1007/s11191-017-9891-5

      Abs
      Charbel

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